Essa é uma forma de diminuir a quantidade de borracha lançada no meio ambiente, sem tratamento e que demora milhões de anos para se decompor. Segundo dados da Associação Brasileira do Segmento de Reforma de Pneus (ABR), o aumento no número de unidades recuperadas foi de 14% entre 2005 e 2013.
Quando jogados no meio ambiente, os pneus podem se misturar a lixos orgânicos, absorver gases da decomposição e aumentar o risco de explosões nesses lugares. Além disso, se queimados, provocam danos irreversíveis, como a liberação de óleo no solo, tanto que a queima é proibida no país. Uma das formas de reciclagem é a conhecida recauchutagem, que é uma reforma que deixa o pneu apto a ser usado novamente praticamente nas mesmas condições de um novo.
Em entrevista ao Portal CNT, da Confederação Nacional do Transporte, o assessor técnico da ABR, Carlos Thomaz, explicou que a reforma, feita por processos técnicos que substituem a banda de rodagem por uma nova, é segura e tem rendimento quilométrico equivalente a de pneus novos. A banda de rodagem é a parte do pneu que entra em contato com o solo.
O procedimento é uma prática mundial que surgiu para evitar o desperdício. Para fazer a reforma, a indústria emprega apenas 20% do material usado na produção de um pneu novo. Hoje, o país tem 1.257 empresas que fazem o serviço, a maioria de pequeno porte.
Cada carcaça pode ser modificada em média duas vezes, gerando três vidas ao pneu. O custo, segundo a ABR, é 73% menor ao consumidor e proporciona redução de 57% no custo por quilômetro rodado, que pesa no orçamento do transportador, ou seja, um pneu recuperado custa 43% do valor de um novo.
Ainda de acordo com a associação do setor, a reforma repõe no mercado mais de 8 milhões de pneus da linha caminhão/ônibus por ano e representa uma economia de R$ 7 bilhões ao ano para o setor. Segundo a indústria, o processo não é uma atividade poluidora.
Carlos Thomaz explica, no entanto, que nem todo pneu pode ser recuperado. Segundo ele, é preciso que o equipamento passe sempre por manutenções preventivas, além de não sofrer sobrecarga, manter-se a pressão do ar adequada e passar por rodízio. Ele alerta que unidades danificadas, com descarte excessivo e cortes não oferecem condições para serem reformadas, pois podem prejudicar a segurança do produto.
O Brasil é o segundo maior mercado no mundo, segundo a associação. São 9 milhões de unidades de ônibus e caminhões que usaram a reforma como alternativa para os pneus gastos (Isso com dados de 2013). Apenas os Estados Unidos estão na frente, com mais de 20 milhões de unidades no mesmo ano.
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